Sa-linhas - Blog de Redação do 3o ano E. M. do Colégio Sto Estevam - Profa M. Salete

Blog de Redação do 3o ano do Ensino Médio do Colégio Sto Estevam - Profa M. Salete

20 fevereiro 2005

Atenção: Lista de Discussão

É necessário que os alunos do 3º ano (todos) cadastrem-se na lista de discussão.

Mandem um email para
salete2003@hotmail.com (ou usem esse "comments") para que eu possa enviar o convite de participação.

19 fevereiro 2005

Terceira Semana: de 21 a 26 de fevereiro de 2005

O trabalho desta semana ‑ que deve estar pronto para a aula do dia primeiro de março, terça ‑ compõe-se da avaliação do texto 2 e da correção dos textos produzidos por vocês.

Tarefa 1: O texto 2, entregue impresso na sala de aula e reproduzido neste blog (sob o nome "Dois textos de alunos"), foi elaborado pelo aluno Felipe Catelani. (o texto 1 foi discutido em sala).
Vocês devem avaliar o conteúdo dele e apontar os eventuais problemas gramaticais, dando especial atenção ao uso do gerúndio.


Reproduzo aqui a quarta questão da FUVEST deste ano:

Quarta questão: Sobre o emprego do gerúndio em frases como “Nós vamos estar analisando os seus dados e vamos estar dando um retorno assim que possível”, um jornalista escreveu uma crônica intitulada “Em 2004, gerundismo zero!”, da qual extraímos o seguinte trecho:
Quando a teleatendente diz: “O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo a sua ligação”, ela pensa que está falando bonito. Por sinal, ela não entende por que “eu vou estar transferindo” é errado e “ela está falando bonito” é certo.
a) Você concorda com a afirmação do jornalista sobre o que é certo e o que é errado no emprego do gerúndio? Justifique sucintamente sua resposta.
b) Identifique qual de seus vários sentidos assume o sufixo empregado na formação da palavra “gerundismo”. Cite outra palavra em que se utiliza o mesmo sufixo com esse mesmo sentido.


As respostas a essas questões estarão na lista de discussão (em “arquivos”, lado esquerdo da tela), juntamente com alguns textos a respeito do uso do gerúndio.

Serão bem-vindas todas as colaborações enviadas, tanto com relação a assuntos gramaticais quanto a respeito do tema discutido.


Tarefa 2: Cada aluno deve imprimir os textos que produziu e reescrevê-los, revisando o conteúdo e os problemas gramaticais.

Essas tarefas podem ser enviadas para meu email (salete2003@hotmail.com) ou entregues manuscritas (a caneta) na aula de terça dia 1/3.

18 fevereiro 2005

Dois textos de alunos

Texto 1: Rafael, Diogo e Gabriel

O texto 1, relata a indignação do ex-prisioneiro da prisão iraquiana Abu Ghraib, onde ele foi uma das vitimas das torturas feitas pelos soldados norte-americano, seu nome é Haider Sabbar Abed, e seu principal problema é que a sua honra foi destruída quando sua foto foi destaque em jornais ao redor do mundo, apesar de George Bush prometer uma investigação e punir os culpados, Abed fala que isto não resolve nada, pois isto não restaurará sua honra e dignidade, e duvida que alguém será punido.
Já o texto 2, além de falar das torturas realizadas no Iraque ele faz comparações com a situação do sistema presidiário brasileiro, onde os presos são vitimas de torturas semelhantes ou até mesmo piores que as dos iraquianos, além disso ele faz uma critica ao governo brasileiro que se mostrou chocado pelas torturas no Iraque enquanto muitos dos problemas em relação à tortura sequer foi resolvido, como por exemplo o massacre no Carandiru em 1992. O autor do texto também critica o humanismo do governo(esquerda) que aparentemente esta em crise em relação ao povo brasileiro.
Os presos culpados devem sim ser punidos seus crimes, mas nada que quebre os direitos humanos como a tortura relatada. Mesmo porque o Iraque é diferente de Israel que é um dos países que vê a tortura como um método legal de conseguir informações para a segurança do povo israelense. uns dos métodos aprovados em Israel é a tortura por fobia, contato médio entre o torturador e a vitima, entre outros.
Refeito por Diogo

Texto 2: Análise dos textos “Ex-prisioneiro iraquiano diz que sua honra foi esmagada” e “Abu Ghraib é aqui”
Felipe Catelani
Ambos os textos relatam e atentam para o tema “tortura” de formas e colocações distintas. O primeiro texto (“Ex-prisioneiro iraquiano diz que sua honra foi esmagada”), tendo características mais informativas e predomínio da forma referencial de linguagem, tem como principal e finalidade informar sobre as ocorrências de tortura exercidas na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, durante a guerra do Iraque. Usando de declarações de um dos prisioneiros torturados - Haider Sabbar Abed de 36 anos, preso, segundo ele, por estar pegando carona em um carro cujo motorista não tinha documentos – que pôde identificar-se em fotos tiradas na prisão por soldados norte americanos nas quais apresenta-se em posições humilhantes, o texto relata o fato ocorrido sem que a opinião do autor seja explicitada, mesmo sendo esta uma reportagem tendenciosa contra a posição dos soldados estado unidenses, que embora estejam no país, supostamente, em uma batalha contra o “terrorismo” com a finalidade de colocar “ordem” no Iraque, comportaram-se como verdadeiros terroristas usando da tortura – neste caso gratuita, embora nenhuma tortura seja justificável – com os prisioneiros, que se encontravam indefesos contra os abusos.
Enquanto isso, no segundo texto (“Abu Ghraib é aqui”), é usado o episódio de tortura ocorrido na prisão iraquiana para fazer um paralelo com os casos de tortura ocorridos nas prisões brasileiras. Segundo o autor, que coloca toda sua opinião explicitamente aos leitores, as torturas ocorridas no Brasil são ainda piores do que as ocorridas no Iraque, pois aqui são brasileiros torturando brasileiros, como se o fator nacionalidade fizesse com que o ocorrido no Iraque menos terrível. O autor também usa como exemplo o massacre de 111 detentos no Carandiru, ocorrido em 1992, para denunciar a impunidade contra os responsáveis, o que muitas vezes – se não na maioria delas – ocorre em nosso país, o que de certas forma justificaria a tortura em prisões brasileiras. Embora as causas para a ocorrência desse tipo abuso em nossas prisões sejam socioeconômicas, causas que se estruturaram durante a história e a forma como se estabeleceram as relações humanas do país, assim como noções básicas de humanidade, o autor do texto prendeu-se mais às críticas ao governo de Lula, recriminando o relatório de Frei Betto, assessor especial do presidente, que denunciou as torturas praticadas por americanos contra iraquianos, o qual, segundo o autor do texto, deveria era denunciar os torturadores daqui.
Assim concluí-se que o primeiro texto simplesmente relata um fato ocorrido usando-se de fontes concretas, de forma que o autor não se compromete em nenhum momento. Já o segundo texto usa o fato ocorrido que é relatado pelo texto um para apontar um outro problema semelhante, mas que não tem a mesma repercussão embora seja efetivamente de maior importância para a população brasileira.

Felipe Catelani

16 fevereiro 2005

Funcionamento do blog.

Resolvido o problema, vamos ao trabalho...

Blogs invertem a ordem cronológica usual, portanto, para conhecer a tarefa seguinte, cliquem em "Segunda tarefa" no lado esquerdo da tela.

Vestibular


Ao longo do ano, vamos discutir as redações propostas nos vestibulares de São Paulo.

O tema de hoje é a proposta da UNESP de 2005. Vamos a ele...



REDAÇÃO - UNESP 2005
INSTRUÇÃO: Leia atentamente os seguintes textos.

texto 1:
Ex-prisioneiro iraquiano diz que sua honra foi esmagada

Bagdá – Haider Sabbar Abed aponta para a foto de um prisioneironu, com um capuz e as mãos atrás da cabeça. “Este sou eu”, identifica. Abed foi um dos sete prisioneiros iraquianos que aparecem em fotos em posições humilhantes. As imagens estão no centro de uma tempestade sobre abusos cometidos por guardas dos EUA na prisão Abu Ghraib, de Bagdá. As denúncias de abuso criaram revolta no mundo árabe, irritaram o Congresso dos EUA e fizeram o presidente George W. Bush prometer uma investigação e a eventual punição dos culpados. Mas Abed, 36 anos – olhando para as fotos mostradas emtodo o mundo – disse hoje que uma investigação não servirá de nada para ele. “Vai restaurar minha honra? Minha dignidade foi esmagada”, afirmou ele à Associated Press. “Bush disse que (os guardas) serão punidos, mas quem garante? Seriamente, você acredita que eles serão?” Nas fotos primeiro mostradas pelo Washington Post e a revistaNew Yorker, prisioneiros são mostrados nus, com guardas ridicularizando-os e forçando-os a ficar em posições humilhantes. Os presos têm as cabeças cobertas com capuz, mas Abed se reconheceu nas fotos por tatuagens que tem no corpo.“ Minha mente está afogada com essas memórias ...”, afirmou. Abed diz ter sido preso porque estava de carona num carro que foi parado pelos soldados americanos. O motorista, segundo ele, não tinha documentos. Ambos acabaram detidos.

(estadao.com.br, 06.05.2004.)

texto 2:
Abu Ghraib é aqui

SÃO PAULO – Deu na Anistia Internacional, a respeitada organização de defesa dos direitos humanos sediada em Londres:as torturas generalizadas nas delegacias e prisões do Brasil são comparáveis às praticadas mundo afora na chamada“guerra ao terror” dos EUA, tão criticada pelo governo brasileiro. Eu acho que as torturas aqui são piores. São brasileiros torturando brasileiros na nossa também falida “guerra ao crime”, sem que nenhuma autoridade mova uma pedra para efetivamente mudar a situação, sem que a sociedade civil mostre horror diante do conhecido fato, sem que o Congresso brasileiro,como ocorre com o dos EUA, investigue a fundo o flagelo de pardos, pretos e pobres em nossas jaulas. Mesmo o massacre de 111 detentos no Carandiru, em 1992, passou impune. Ninguém até hoje cumpriu pena pelas mortes. E o coronel que comandou a operação elegeu-se deputado por São Paulo. Pela sua total inoperância no plano interno, o governo Lula projeta na sua política externa todo o seu mofado esquerdismoideológico, amparado na razoável eficiência do Itamaraty.Assim, apega-se à sanguinária figura de Fidel, chancela a políticade direitos humanos da China e vê nos EUA um inimigo político, apesar de o país do norte ser o maior comprador de nossos produtos e um dos maiores investidores em nosso país. Minha sugestão é que o melhor que a esquerda ainda tem a oferecer desde a queda do Muro de Berlim, seu humanismo, seja antes de tudo aplicado aqui mesmo no Brasil. E que Frei Betto, como assessor especial do presidente Lula, que no domingo escreveu artigo nesta Folha denunciando as torturas praticadas por soldados americanos contra iraquianos na prisão de Abu Ghraib, visite a delegacia mais próxima e faça um outro artigo para denunciar os torturadores daqui. Talvez suas palavras tenham alguma repercussão.

(Sérgio Malbergier. Folha de S.Paulo, 27.05.2004.)

Proposição

A tortura a judeus e a pessoas que questionavam a religiãocatólica, durante a Inquisição, a tortura nos campos de concentração nazistas, as torturas a dissidentes ou oposicionistas a regimes ditatoriais ou totalitários no mundo moderno (inclusive durante o regime militar de 64 a 85 no Brasil), a tortura a prisioneiros de guerra no Iraque, a tortura praticada “oficialmente” em delegacias de polícia e outros órgãos policiais,todos estes procedimentos se identificam pela negação dosdireitos fundamentais da pessoa humana.
Os textos que serviramde base às questões de números 08 a 10, assim como os textos acima, colocam, sob diferentes pontos de vista e em diferentes lugares e contextos históricos, a questão do emprego da tortura por instituições para obter confissões, adesões ou, mesmo, para punir pessoas resistentes a determinada religião, ideologia ou regime político que se querimpor pela força.
Releia os textos mencionados e, a seguir, faça uma redação em prosa, de gênero dissertativo, sobre otema abaixo, que constitui a transcrição literal do artigo 5.o daDeclaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948:

NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO A TORTURA NEM A PENAS
OU TRATAMENTOS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES.

Espero os comentários de vocês sobre o tema.
(cliquem em "comments")
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15 fevereiro 2005

"O judeu" e "O início do interrogatório"

Aqui estão estão os outros textos da prova da UNESP: O judeu, de Bernardo Santareno (pseudônimo de António Martinho do Rosário, 1924-1980) e o poema O Início do Interrogatório, do poeta brasileiro Jamil Almansur Haddad (1914-1988).




O Judeu, de Bernardo Santareno

António José
(Que perde o auto-domínio, desesperado.) Nem judeu, nem judaizante eu sou!! Inocente me encontro das culpas de que me acusais! Inocente estou e inocente me afirmarei, até que me matem!!…
2º- Inquisidor
(Violento, tigrino.) Judeu e judaizante, isso és!! A tua pestilenta boca vomitou, enfim, essas palavras malditas! Judeu e judaizante. E, com o dizê-las, o bafo do Demónio já enche de fedor esta Mesa, esta Casa, Lisboa inteira! Judeu e judaizante!!
Inquisidor-Mor
(Como uma lâmina; febre negra e fria nos olhos.) Obrigado se acha o preso a declarar, diante deste Santo Tribunal, o nome, ou nomes, da pessoa, ou pessoas, de que aprendeu os erros que ora lhe apodrecem a consciência. Quando e aonde foi? Quais as pessoas que lá estavam presentes? Quais as pessoas com quem comunicou professar os mesmos erros…?
António José
Nem judeu, nem judaizante, eu fui, ou sou. (O Inquisidor-Mor faz sinal ao Carrasco. Este vem ao preso, leva-o ao centro de cena e aí o ata, com uma corda, pelos braços.)
Notário
(Que se levanta.) Em nome dos Reverendos Inquisidores que servem à Mesa deste Santo Tribunal, protesto que se o réu no tormento morrer, quebrar algum membro ou perder algum sentido, a culpa será sua, pois voluntariamente se expõe àquele perigo, que pode evitar confessando suas culpas, e não será dos ministros do Santo-Ofício que, fazendo justiça segundo os merecimentos de sua causa, o julgam a tormento. (Senta-se. O Carrasco logo puxa a corda que, prendendo António José pelos braços, passa numa roldana colocada em cima, na teia: O preso é assim içado, ficando suspenso no ar.)
Inquisidor-Mor
Da parte de Nosso Senhor, com muita caridade, admoestamos o réu a confessar suas culpas. (António José, suspenso pelos braços, volta a cabeça, cerrando os dentes. Sinal do Inquisidor--Mor: O Carrasco larga a corda e, deste modo, António José despenha-se no ar em direcção ao pavimento; num golpe súbito, o Carrasco de novo sustém a corda: com o corpo contorcendo--se-lhe todo pela violência do choque e as cordas enterrando-se-lhe nas carnes, o Judeu solta um urro de dor. Pausa nos tratos: António José suspenso no ar.)
Uma vez mais, da parte de Nosso Senhor, pelas Suas benditas entranhas inquirimos do réu: Disposto está a confessar as suas culpas, para descargo da sua consciência, salvação da sua alma e para que se ponha em estado de com ele, neste e em maiores transes, o Santo-Ofício poder usar de misericórdia?
(António José morde os lábios para não falar. O Geral faz sinal ao Carrasco: Recomeçam os tratos de polé.)

António José
(Ao sofrer, pela 2ª- vez, as dores do tremendo esticão, não se domina: cede.) Confesso!… Por amor de Deus, tirai-me daqui!… Confesso!… Quanto quiserdes, eu confessarei!… Confesso!…
(Bernardo Santareno. O Judeu, narrativa dramática em três actos.)
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O Início do Interrogatório

1
— Onde é a terra,
Fortificada?
Onde é a Serra?
— Não digo nada.
5
— Sierra Maestra
Ela é chamada.
Ao Norte? À Destra?
— Não digo nada.
Glória sem mágoa,
10
Paixão que exalta.
Só sei que é alta
Como o Aconcágua.
— Vou inquiri-lo,
Alma danada,
15
Ao teu mamilo,
Junto o cautério,
Morra o mistério!
— Não digo nada.
Só sei que inunda
20
A altura acesa.
Ela é profunda
Como a pobreza.
— Irei prendê-lo,
De madrugada
25
Ao tornozelo.
— Não digo nada.
Áspera e mansa,
Ela é azulada
Como a esperança.
30
— Morres à míngua.
Na hora aprazada
Queimo-te a língua…
— Não digo nada.
Ah, não a cita
35
O poeta Herédia!
Ela é infinita
Como a tragédia.

(Jamil Almansur Haddad. Romanceiro cubano.)

14 fevereiro 2005

Segunda tarefa - semana 14 a 18 de fevereiro

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São duas as tarefas dessa semana...

1ª tarefa: Alguns grupos aprofundaram a análise dos dois textos, outros nem entraram no tema. Assim, leiam o que os outros escreveram e revejam o texto de vocês. É possível ir mais a fundo? O que pode ser complementado? Não se esqueçam de que vale nota.




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2ª tarefa: Duas questões que gostaria que fossem discutida por vocês:
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1ª questão: Leiam essas três afirmações:
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  • “os massacres urbanos não são como os iranianos porque não são expostos ao público.”
  • “Ninguém faz nada para apartar (apartar é separar, acredito que queriam dizer "acabar") estes acontecimentos fazendo com que eles tendam a continuar.”
  • “Aqui é pior porque é brasileiro torturando brasileiro”.
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Vocês concordam com elas?
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2ª questão:
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“A matéria tem uma objetividade que não deixa explícita a opinião do redator, porém, através de afirnações inseridas no texto, pode-se vagamente (perceber) a intenção do jornalista. "

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  • Qual é a intenção do jornalista?
  • E qual é da banca da Vunesp ao utilizar os dois textos?

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Enviem as tarefas (mantenham as duplas) até dia 20 domingo - alterei a data -, para meu email (salete2003@hotmail.com) enquanto não é montada a lista de discussão.

Tenham uma cópia impressa na aula de terça, dia 22/2.

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