Sa-linhas - Blog de Redação do 3o ano E. M. do Colégio Sto Estevam - Profa M. Salete

Blog de Redação do 3o ano do Ensino Médio do Colégio Sto Estevam - Profa M. Salete

16 fevereiro 2005

Vestibular


Ao longo do ano, vamos discutir as redações propostas nos vestibulares de São Paulo.

O tema de hoje é a proposta da UNESP de 2005. Vamos a ele...



REDAÇÃO - UNESP 2005
INSTRUÇÃO: Leia atentamente os seguintes textos.

texto 1:
Ex-prisioneiro iraquiano diz que sua honra foi esmagada

Bagdá – Haider Sabbar Abed aponta para a foto de um prisioneironu, com um capuz e as mãos atrás da cabeça. “Este sou eu”, identifica. Abed foi um dos sete prisioneiros iraquianos que aparecem em fotos em posições humilhantes. As imagens estão no centro de uma tempestade sobre abusos cometidos por guardas dos EUA na prisão Abu Ghraib, de Bagdá. As denúncias de abuso criaram revolta no mundo árabe, irritaram o Congresso dos EUA e fizeram o presidente George W. Bush prometer uma investigação e a eventual punição dos culpados. Mas Abed, 36 anos – olhando para as fotos mostradas emtodo o mundo – disse hoje que uma investigação não servirá de nada para ele. “Vai restaurar minha honra? Minha dignidade foi esmagada”, afirmou ele à Associated Press. “Bush disse que (os guardas) serão punidos, mas quem garante? Seriamente, você acredita que eles serão?” Nas fotos primeiro mostradas pelo Washington Post e a revistaNew Yorker, prisioneiros são mostrados nus, com guardas ridicularizando-os e forçando-os a ficar em posições humilhantes. Os presos têm as cabeças cobertas com capuz, mas Abed se reconheceu nas fotos por tatuagens que tem no corpo.“ Minha mente está afogada com essas memórias ...”, afirmou. Abed diz ter sido preso porque estava de carona num carro que foi parado pelos soldados americanos. O motorista, segundo ele, não tinha documentos. Ambos acabaram detidos.

(estadao.com.br, 06.05.2004.)

texto 2:
Abu Ghraib é aqui

SÃO PAULO – Deu na Anistia Internacional, a respeitada organização de defesa dos direitos humanos sediada em Londres:as torturas generalizadas nas delegacias e prisões do Brasil são comparáveis às praticadas mundo afora na chamada“guerra ao terror” dos EUA, tão criticada pelo governo brasileiro. Eu acho que as torturas aqui são piores. São brasileiros torturando brasileiros na nossa também falida “guerra ao crime”, sem que nenhuma autoridade mova uma pedra para efetivamente mudar a situação, sem que a sociedade civil mostre horror diante do conhecido fato, sem que o Congresso brasileiro,como ocorre com o dos EUA, investigue a fundo o flagelo de pardos, pretos e pobres em nossas jaulas. Mesmo o massacre de 111 detentos no Carandiru, em 1992, passou impune. Ninguém até hoje cumpriu pena pelas mortes. E o coronel que comandou a operação elegeu-se deputado por São Paulo. Pela sua total inoperância no plano interno, o governo Lula projeta na sua política externa todo o seu mofado esquerdismoideológico, amparado na razoável eficiência do Itamaraty.Assim, apega-se à sanguinária figura de Fidel, chancela a políticade direitos humanos da China e vê nos EUA um inimigo político, apesar de o país do norte ser o maior comprador de nossos produtos e um dos maiores investidores em nosso país. Minha sugestão é que o melhor que a esquerda ainda tem a oferecer desde a queda do Muro de Berlim, seu humanismo, seja antes de tudo aplicado aqui mesmo no Brasil. E que Frei Betto, como assessor especial do presidente Lula, que no domingo escreveu artigo nesta Folha denunciando as torturas praticadas por soldados americanos contra iraquianos na prisão de Abu Ghraib, visite a delegacia mais próxima e faça um outro artigo para denunciar os torturadores daqui. Talvez suas palavras tenham alguma repercussão.

(Sérgio Malbergier. Folha de S.Paulo, 27.05.2004.)

Proposição

A tortura a judeus e a pessoas que questionavam a religiãocatólica, durante a Inquisição, a tortura nos campos de concentração nazistas, as torturas a dissidentes ou oposicionistas a regimes ditatoriais ou totalitários no mundo moderno (inclusive durante o regime militar de 64 a 85 no Brasil), a tortura a prisioneiros de guerra no Iraque, a tortura praticada “oficialmente” em delegacias de polícia e outros órgãos policiais,todos estes procedimentos se identificam pela negação dosdireitos fundamentais da pessoa humana.
Os textos que serviramde base às questões de números 08 a 10, assim como os textos acima, colocam, sob diferentes pontos de vista e em diferentes lugares e contextos históricos, a questão do emprego da tortura por instituições para obter confissões, adesões ou, mesmo, para punir pessoas resistentes a determinada religião, ideologia ou regime político que se querimpor pela força.
Releia os textos mencionados e, a seguir, faça uma redação em prosa, de gênero dissertativo, sobre otema abaixo, que constitui a transcrição literal do artigo 5.o daDeclaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948:

NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO A TORTURA NEM A PENAS
OU TRATAMENTOS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES.

Espero os comentários de vocês sobre o tema.
(cliquem em "comments")
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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Embora os textos relatem assuntos de diferentes localidades, é inevitável a comparação entre ambos. Já que se tratam-se de um assunto que ainda causa muita polêmica e que não deveria mais fazer parte do cotidiano do mundo.

Texto 1 : Fala-se a respeito dos absurdos incompreensíveis que ocorrem nessa guerra sobre o poder e que deveria ser tratado como um assunto mais sério e não ser levado na brincadeira como muitas pessoas assim o fazem. Apesar dos Estados Unidos tentarem esconder os maus tratos e abusos feitos contra pessoas inocentes, esse excesso de violência veio à tona e mostrou ao mundo o grande poderío destruitivo dessa poderosa nação sobre o mundo.

Texto 2 : Já o segundo texto, aborda uma guerra "civil" pois se trata de conterrâneos trocando violência contra qualquer um que apareça na frente de um policial, esse assunto é o que mais nos aflinge porque isso prova que não podemos nem mais confiar nas pessoas que são responsáveis por manter a ordem e zelar pela nossa segurança e bem estar.

Felipe Faias, Felipe Matula, Marcelo Pacheco - 3º A

17 fevereiro, 2005 09:38  

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