Sa-linhas - Blog de Redação do 3o ano E. M. do Colégio Sto Estevam - Profa M. Salete

Blog de Redação do 3o ano do Ensino Médio do Colégio Sto Estevam - Profa M. Salete

18 fevereiro 2005

Dois textos de alunos

Texto 1: Rafael, Diogo e Gabriel

O texto 1, relata a indignação do ex-prisioneiro da prisão iraquiana Abu Ghraib, onde ele foi uma das vitimas das torturas feitas pelos soldados norte-americano, seu nome é Haider Sabbar Abed, e seu principal problema é que a sua honra foi destruída quando sua foto foi destaque em jornais ao redor do mundo, apesar de George Bush prometer uma investigação e punir os culpados, Abed fala que isto não resolve nada, pois isto não restaurará sua honra e dignidade, e duvida que alguém será punido.
Já o texto 2, além de falar das torturas realizadas no Iraque ele faz comparações com a situação do sistema presidiário brasileiro, onde os presos são vitimas de torturas semelhantes ou até mesmo piores que as dos iraquianos, além disso ele faz uma critica ao governo brasileiro que se mostrou chocado pelas torturas no Iraque enquanto muitos dos problemas em relação à tortura sequer foi resolvido, como por exemplo o massacre no Carandiru em 1992. O autor do texto também critica o humanismo do governo(esquerda) que aparentemente esta em crise em relação ao povo brasileiro.
Os presos culpados devem sim ser punidos seus crimes, mas nada que quebre os direitos humanos como a tortura relatada. Mesmo porque o Iraque é diferente de Israel que é um dos países que vê a tortura como um método legal de conseguir informações para a segurança do povo israelense. uns dos métodos aprovados em Israel é a tortura por fobia, contato médio entre o torturador e a vitima, entre outros.
Refeito por Diogo

Texto 2: Análise dos textos “Ex-prisioneiro iraquiano diz que sua honra foi esmagada” e “Abu Ghraib é aqui”
Felipe Catelani
Ambos os textos relatam e atentam para o tema “tortura” de formas e colocações distintas. O primeiro texto (“Ex-prisioneiro iraquiano diz que sua honra foi esmagada”), tendo características mais informativas e predomínio da forma referencial de linguagem, tem como principal e finalidade informar sobre as ocorrências de tortura exercidas na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, durante a guerra do Iraque. Usando de declarações de um dos prisioneiros torturados - Haider Sabbar Abed de 36 anos, preso, segundo ele, por estar pegando carona em um carro cujo motorista não tinha documentos – que pôde identificar-se em fotos tiradas na prisão por soldados norte americanos nas quais apresenta-se em posições humilhantes, o texto relata o fato ocorrido sem que a opinião do autor seja explicitada, mesmo sendo esta uma reportagem tendenciosa contra a posição dos soldados estado unidenses, que embora estejam no país, supostamente, em uma batalha contra o “terrorismo” com a finalidade de colocar “ordem” no Iraque, comportaram-se como verdadeiros terroristas usando da tortura – neste caso gratuita, embora nenhuma tortura seja justificável – com os prisioneiros, que se encontravam indefesos contra os abusos.
Enquanto isso, no segundo texto (“Abu Ghraib é aqui”), é usado o episódio de tortura ocorrido na prisão iraquiana para fazer um paralelo com os casos de tortura ocorridos nas prisões brasileiras. Segundo o autor, que coloca toda sua opinião explicitamente aos leitores, as torturas ocorridas no Brasil são ainda piores do que as ocorridas no Iraque, pois aqui são brasileiros torturando brasileiros, como se o fator nacionalidade fizesse com que o ocorrido no Iraque menos terrível. O autor também usa como exemplo o massacre de 111 detentos no Carandiru, ocorrido em 1992, para denunciar a impunidade contra os responsáveis, o que muitas vezes – se não na maioria delas – ocorre em nosso país, o que de certas forma justificaria a tortura em prisões brasileiras. Embora as causas para a ocorrência desse tipo abuso em nossas prisões sejam socioeconômicas, causas que se estruturaram durante a história e a forma como se estabeleceram as relações humanas do país, assim como noções básicas de humanidade, o autor do texto prendeu-se mais às críticas ao governo de Lula, recriminando o relatório de Frei Betto, assessor especial do presidente, que denunciou as torturas praticadas por americanos contra iraquianos, o qual, segundo o autor do texto, deveria era denunciar os torturadores daqui.
Assim concluí-se que o primeiro texto simplesmente relata um fato ocorrido usando-se de fontes concretas, de forma que o autor não se compromete em nenhum momento. Já o segundo texto usa o fato ocorrido que é relatado pelo texto um para apontar um outro problema semelhante, mas que não tem a mesma repercussão embora seja efetivamente de maior importância para a população brasileira.

Felipe Catelani